Moradores voltam a cobrar do poder público solução para alguns pedidos reivindicados há anos
Cerca de 10 meses se passaram desde a última visita de Bairros em Debate ao Engenho da Praia, também conhecido como Parque Lagomar. No entanto, até hoje os moradores continuam lamentando a realidade do local.
Situado entre o Lagomar e o São José do Barreto, o bairro, que tem mais de cinco mil habitantes, ainda enfrenta várias dificuldades, inclusive a falta de zelo das ruas que estão abandonadas pelo poder público.
Essa semana, os moradores voltaram a procurar a nossa equipe de reportagem para relatar do descaso das autoridades. Desde que assumiu a frente da Associação de Moradores, o presidente, Wallace Gomes dos Santos, relata que a luta tem sido constante, contudo, nem 10% dos pedidos feitos pela população foram atendidos.
“Nesses anos todos poucas coisas foram feitas, e isso porque a gente procurou a imprensa. Eles fizeram a reforma da nossa unidade de saúde e fizeram algumas melhorias nas escolas, mas ainda tem muito a ser feito. Precisamos que o poder público tenha mais atenção com a gente”, diz ele.
Desde 1989, quando uma grande fazenda foi sendo aos poucos loteada, dando lugar ao bairro Engenho da Praia, cerca de milhares de famílias que ali residem sofrem com a falta de infraestrutura.
Entre os problemas relatados pela população, muitos deles poderiam ser resolvidos de imediato. Na lista de reivindicações estão a limpeza, o lazer e o saneamento básico.
Alagamentos causam transtornos
Assim como acontece em muitos bairros de Macaé, no Engenho da Praia a situação também não é diferente quando chove. Algumas localidades do bairro sofrem com os alagamentos, situação que causa inúmeros transtornos aos moradores.
Dois trechos críticos ficam bem em frente a entrada das duas escolas da rede pública. “Toda vez que chove essas localidades ficam debaixo d’água. O mesmo se repete em outras áreas, como na Rua Piauí. É sempre um transtorno quando isso acontece.
Ponte em péssimo estado de conservação
Pauta de várias reportagens no ano passado, a passagem de pedestres que liga as ruas Santa Catarina e Acre, no Engenho da Praia, precisa, urgentemente, de reforma. Sem receber atenção do poder público, a estrutura, que serve de passagens para centenas de moradores todos os dias, corre risco.
Preocupado com a segurança, Wallace voltou a denunciar a precariedade da estrutura. Segundo ele, a passagem foi construída pelos próprios moradores, que cansaram de esperar a boa vontade da prefeitura.
“Estamos aguardando essa reforma há dois anos. Já houve promessa do poder público, mas até hoje nada. A estrutura está toda ruim, correndo o risco de cair a qualquer momento”, alerta.
E não é só ela que precisa de cuidados. A ponte de madeira improvisada que liga o bairro à Avenida Industrial também representa perigo.
População carece de área de lazer
Apesar de ter muitas crianças e jovens morando no bairro, até os menores parecem ter sido esquecidos pelas autoridades nos últimos anos. Se por um lado o Engenho da Praia cresceu, por outro, a infraestrutura ainda vem em passos lentos.
Um dos maiores desejos dos pais é que um dia o bairro tenha uma área de lazer. Sem nenhuma praça, é comum ver os pequenos brincando no meio da rua, sem nenhum tipo de segurança.
Outra opção é se deslocar para outros bairros, como o Centro. Até mesmo a opção mais próxima, situada no Lagomar, acaba sendo inviável já que ambas as áreas são dominadas por facções rivais.
Segundo Wallace, foi feito um pedido para que o terreno ao lado da escola, hoje abandonado e utilizado de forma irregular como ferro-velho, fosse utilizado como área de lazer. “Hoje a gente só tem o campinho, nas margens da Avenida Industrial, improvisado pela própria população. Enquanto isso, o terreno que poderia ser uma praça segue abandonado, sem utilidade”, ressaltou o presidente durante a nossa última visita em outubro do ano passado.
Lembrando que há cerca de três anos, a prefeitura alegou que o bairro estava incluído no cronograma de ações. Na medida em que os outros bairros fossem atendidos, o Engenho da Praia seria contemplado com a construção da área de lazer. O tempo passou, e até hoje a população fica sem saber se isso irá, de fato, sair do papel um dia.
Manutenção do canteiro central
Outro pedido que foi reforçado essa semana pelo presidente do bairro é a questão da reforma do canteiro central da via principal do bairro. Além da calçada esburacada e dos bancos e mesas quebrados, o local carece de limpeza. “Precisamos que o serviço de capina seja feito e os bancos consertados. Há anos a gente pede isso e nada”, diz uma moradora, que pede sigilo do nome.
Cobertura nos pontos de ônibus
Por fim, entre as reivindicações está a instalação dos abrigos nos pontos de ônibus, outro pedido antigo da população. “Já solicitamos à secretaria de Mobilidade Urbana, mas a gente espera ate hoje a instalação das coberturas. Ela prometeu e nada até hoje” diz o presidente.
Entre os locais solicitados, está a Avenida Industrial, próximo a altura do Engenho da Praia. Sem outra alternativa, os passageiros aguardam o transporte debaixo de sol e chuva, sem nenhum tipo de conforto.
O que diz a prefeitura
Procurada, a secretaria de Serviços Públicos informou que enviará equipe para verificar qual o problema no canteiro do bairro Engenho da Praia. Quanto ao serviço de capina, ele acontece rotineiramente.
Já a secretaria de Obras disse que enviará equipe para vistoriar a ponte localizada na Rua Acre, bem como a da Avenida Industrial. Sobre os pontos de alagamentos na entrada das duas escolas do bairro, a solicitação foi enviada para o setor responsável para que as providências sejam tomadas.
Em relação às coberturas nos pontos de ônibus, a secretaria Municipal de Mobilidade Urbana vem realizando estudo de possível instalação de abrigos de ônibus em toda a cidade, incluindo o bairro Engenho da Praia. Ao detectar a viabilidade e a necessidade, a demanda será atendida dentro do planejamento da secretaria.