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O que vai dar certo

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Ainda é incerto esperar quais rumos o futuro governo do país irá tomar nos próximos quatro anos, embora a fase de transição e as negociações referentes a Ministérios que irão compor a gestão nova, já ajudam a traçar uma linha de expectativas para a população.
Se as escolhas que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) está fazendo serão adequadas, ninguém sabe, no entanto é coerente esperar que haja, ao menos, entrosamento entre todas as vertentes que passam a ocupar espaços vazios, diante da segregação política marcada nas urnas.

Sozinho, e afastado dos antigos partidos que polarizaram as disputas pelo poder ao longo dos últimos 30 anos no país, Bolsonaro encara a dificuldade de compor uma gestão com impacto continental, unindo o discurso de combate à corrupção e de expurgo aos contaminados por esquemas, a formação de uma coalização que dialogue com o Congresso, reformulado, porém ainda não independente.

A confirmação do juiz federal Sérgio Moro na configuração nova do Ministério da Justiça e da Defesa só eleva a confiança daqueles que apostaram em uma verdadeira guinada política, com base na democracia, que eleva todas as expectativas quanto a nova ordem brasileira.
E, se Moro vai conseguir ter a independência de ajudar o novo governo a conduzir o país dentro dos princípios da moralidade e da ética, não resta dúvidas. Porém, é preciso imaginar o quanto ele suportará encarar a burocracia e a interferência política, algo que não fugirá nunca de qualquer gestão pública, independente dos eleitos.

Hoje, mesmo com todos os anseios da sociedade, é complicado garantir que o isolamento político seja o caminho mais adequado para se garantir as transformações que todo povo brasileiro almeja. Diante do certo e do errado, é preciso garantir que os espaços, que passam a ser deixados pela corrupção, não acabem sendo ocupados por novas lideranças ansiosas pelo poder.

Para se formar um governo, é preciso ir além da composição de um formato técnico, de independência e de controle. É preciso, mais do que nunca, saber dialogar com uma sociedade que, nunca antes na história deste país, passa a ser protagonista da sua própria história, e não exitará em se rebelar diante de qualquer atitude que fuja do que foi proposto na campanha.

Apesar de gozar da vitória na urna, o novo governo precisa mostrar a que veio, antes mesmo de assumir a faixa presidencial, embora faltem menos de dois meses para que isso ocorra.

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