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Mercado de gás pode gerar até R$ 45 bi em investimentos no Rio de Janeiro

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Trecho do gasoduto Brasil-Bolívia: negociações emperradas. Foto: Diego Giudice / Bloomberg - Divulgação

Estudo inédito da Firjan alerta para necessidade de aprovação do marco regulatório do setor e regulamentação do mercado livre

O gás natural pode gerar investimentos de até R$ 45 bilhões no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com estudo inédito feita pela Firjan. O volume inclui o total de recursos que podem ser gerados com a atração de indústrias de alimentos, vidros, siderurgias e fertilizantes, além da ampliação do uso do gás em veículos leves e pesados. O lançamento do estudo, denominado “Rio a Todo Gás”, ocorreu esta semana em reunião on-line com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além de deputados e autoridades dos governos estadual e federal.

O ministro afirmou que o trabalho para a abertura do mercado de gás é prioridade na aprovação do PL 6407/2013, com o marco regulatório do gás. “A abertura propicia novos investimentos em regiões como Norte e Nordeste, além do Rio de Janeiro, que é a capital do petróleo e gás”, enfatizou.

O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB) ressaltou a importância de utilizar o gás natural como forma de recuperar a economia fluminense, já que o produto é fonte de recursos com o pagamento de royalties. Já o secretário estadual de Fazenda, Guilherme Mercês, destacou que o governo apoia a aprovação do marco legal do gás e trabalha na regulamentação do Repetro, dois pilares para alavancar o estado pós–pandemia.

O principal foco do estudo foi apresentar sugestões e soluções para projetos que utilizem o gás em atividades além da geração de energia, na qual atualmente estão concentradas as principais ações para a expansão do seu uso. Conforme o documento da Firjan, há uma diversidade de investimentos que pode ter o gás natural como insumo propulsor de desenvolvimento, como indústrias de vidro, cerâmica, sal, siderurgia, petroquímica e usinas de fertilizantes, além da expansão do GNV em veículos leves e pesados. Além de membros do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan, participaram da reunião o diretor na ANP, Dirceu Amorelli; o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral; assim como os deputados Christino Áureo e Laércio Oliveira, entre outros.
Norte Fluminense tem como atrair R$ 20 bi

O presidente regional da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Fernando Aguiar, destacou o potencial do Estado para atrair outros segmentos industriais a partir da dinamização do mercado de gás natural.

— O Norte Fluminense já é o segundo maior polo de produção de petróleo e gás do Brasil e tem potencial para outros segmentos industriais. Com a dinamização do mercado de gás natural, a região pode conseguir atrair, pelo menos, R$ 20 bilhões em investimentos nas infraestruturas essenciais para o escoamento, tratamento e transporte do gás natural, além de plantas de consumo industrial, como no segmento de fertilizantes e siderurgia por redução direta, por exemplo — declarou.

Fernando Aguiar acrescentou ainda a necessidade de se destravar os investimentos no setor.
— Destravar esses investimentos significa consolidar o estado do Rio e o Norte Fluminense como um importante hub de gás do país — concluiu o presidente regional da entidade.
Logística e produção no complexo do Açu.

O superintendente de Petróleo, Gás, Inovação e Energia de São João da Barra, Wellington Abreu, destaca que o petróleo estará na matriz energética mundial ainda por décadas, mas o gás surge com força como nova fonte de energia. “Está havendo uma mudança rápida nesta matriz pelo gás que temos em abundância no litoral brasileiro, incluindo a Bacia de Campos. O que está faltando é logística para escoamento, e hoje o bem equipado e melhor localizado para esta oferta é aqui no Porto do Açu, em São João da Barra, que pode receber e enviar o GNL tanto por navios gaseiros como ligando a malha latina pelo Gasinf e pelo Gasog (Gasoduto dos Goytacazes), que será construído e operado pela Gás Natural Açu (GNA), subsidiária da Prumo Logística — analisou.

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