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Indicadores macroeconômicos confirmam recuperação da atividade e consolidação fiscal

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Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia aponta que retomada está fundamentada no desempenho do setor de Serviços, investimentos e geração de empregos

A recuperação da atividade econômica no Brasil está se consolidando, com equilíbrio fiscal, segundo os parâmetros macroeconômicos – incluindo estimativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) e inflação – divulgados na quinta-feira (19/5) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia (ME).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou da abertura da entrevista coletiva da SPE sobre a edição de maio do Boletim Macrofiscal e a versão atualizada do Panorama Macroeconômico. “O Brasil continua numa recuperação econômica. Todas as revisões (do mercado) estão sendo feitas para cima, convergindo para a última estimativa do Ministério da Economia, em torno de 1,5% de crescimento do PIB este ano”, comentou o ministro.

Guedes destacou que a recuperação é consistente, mas que ainda pode haver surpresas positivas ao longo do ano, com base no desempenho fiscal, que continua “muito forte e é melhor que o de todos os outros países, tanto do G7 quanto dos emergentes”, disse. “O nosso desempenho fiscal está bastante acima, confirmando nossas expectativas de que nós íamos surpreender”, salientou.

A estimativa da SPE para o crescimento do PIB brasileiro em 2022 foi mantida em 1,5%. De 2023 em diante, as previsões permaneceram em 2,5%. “Desde março, em linha com as projeções da SPE, pode-se notar uma revisão altista das expectativas de mercado para a atividade econômica”, pontuou a Secretaria.

Guedes observou que a recuperação foi rápida e em conjunto com estados e municípios, numa situação fiscal melhor do que tinham há alguns anos, graças ao controle dos gastos durante a pandemia da Covid-19. “Nós gastamos com a saúde, mas mantendo aquele compromisso de desindexar as outras despesas, e isso acabou reequilibrando todo o quadro fiscal, toda a Federação”, acrescentou.

Inflação global

A expectativa da SPE para a taxa de inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo/IPCA) no Brasil aumentou de 6,55% para 7,9% em 2022 e de 3,25% para 3,6% em 2023. A partir de 2024, espera-se convergência do IPCA para a meta de 3%. Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a projeção para 2022 subiu de 6,7% para 8,1%.

O secretário de Política Econômica, Pedro Calhman, ressaltou que a inflação alta neste momento é uma questão global e que os impactos da guerra na Ucrânia e a inflação mais elevada no mundo todo têm derrubado as projeções do mercado para o crescimento do PIB das economias desenvolvidas e das emergentes.

“Enquanto o mundo vem revisando pra baixo as previsões de crescimento, no Brasil as previsões de crescimento para 2022 têm sido revisadas pra cima”, reforçou Calhman, admitindo que houve impacto inicial muito forte da pandemia sobre a economia brasileira. “Mas depois veio a recuperação em V, com a retomada do crescimento e evolução do PIB”, frisou.

Serviços e investimentos

A SPE avalia que a melhora no desempenho do PIB brasileiro tem ocorrido pela retomada no setor de Serviços, a partir do arrefecimento da pandemia. Os dados mostram que o volume do setor de serviços desde o momento mais crítico da pandemia, em maio de 2022, tem crescido a uma taxa anualizada de 15% e já está no nível mais elevado desde maio de 2015. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMS/IBGE), o setor cresceu 1,8% no primeiro trimestre de 2022, atingindo o maior patamar desde maio de 2015.

Outro fator de destaque é a ampliação dos investimentos, que tem refletido na robusta recuperação do mercado de trabalho. O nível da produção de bens de capital, por sua vez, está no mesmo nível de janeiro de 2015, representando um aumento de 22% desde abril de 2020 – o menor nível na pandemia.

Mercado aquecido

Esses fatores vêm possibilitando uma recuperação consistente do mercado de trabalho, segundo a SPE. A taxa de emprego dessazonalizada está em 10,8% – o menor nível desde fevereiro de 2016. Essa diminuição do desemprego ocorreu com a criação de postos de trabalho. Desde agosto de 2020 foram criados 12,7 milhões de empregos formais. “Isso mostra que não só a economia já se recuperou dos impactos da pandemia, como a gente vem recuperando o terreno perdido na recessão de 2014 a 2016”, disse Calhman.

Incluindo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), que abrange os mercados formal e informal, chega-se a 1,5 milhão de novos trabalhadores no mercado. “Nós estamos olhando uma forte retomada da população ocupada”, avaliou o subsecretário de Política Macroeconômica da SPE, Fausto Vieira, que considera a recuperação atual “muito mais acentuada do que a recuperação de 2017 a 2019 e também do período anterior à recessão de 2014”.

Para a SPE, essa retomada é possível pelo andamento da agenda de reformas de consolidação fiscal e de medidas pró-mercado. “O Brasil continuou fazendo reformas estruturais durante a pandemia e isso, em última instância, é o que assegura o crescimento do PIB”, explicou Pedro Calhman.

Desempenho inédito

Outro dado positivo é o das despesas totais do Governo Central, que devem fechar 2022 em 18,2% do PIB – abaixo do índice de 2018. “É a primeira vez que isso ocorre em todo o período após a Constituição de 1988. É a primeira vez que se termina quatro anos de governo com despesa abaixo do que foi recebido no início do mandato”, destacou o subsecretário de Política Fiscal da SPE, Bernardo Borba de Andrade.

Ele ressaltou a importância do controle das despesas e da responsabilidade fiscal, mesmo com os desafios da pandemia e da desaceleração econômica mundial. “O que mostra que o Brasil, pelas suas instituições, pela sua política fiscal, pelo seu desempenho econômico, é um porto seguro para investimentos”, comentou. Segundo Andrade, a expectativa é de que o país supere a crise mundial de 2022 “muito melhor do que muitos de nossos pares”.

O subsecretário apontou também a composição dos gastos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, notando que os gastos obrigatórios ocupam uma parcela maior e que deveria haver mais espaço para despesas discricionárias do lado fiscal, que acompanham reformas estruturais. “Isso é o que realmente vai fazer com que a gente estabilize a dívida e tenha um crescimento econômico sustentável”, afirmou.

Por Portal Novo Norte

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