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Ex-primeira-dama levava socos diariamente e foi obrigada a abortar por Alberto Fernández

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Fabiola Yañez, ex-primeira-dama da Argentina, descreve em audiência nesta terça-feira (13) um ambiente de constante violência física e psicológica sofrida durante os oito anos de convivência com o ex-presidente Alberto Fernández. Em seu relato, Yañez revelará que nos últimos meses do mandato, os episódios de agressões físicas se tornaram frequentes, levando-a a viver isolada e com medo. Entre as agressões, ela destaca os socos diários, especialmente à medida que o mandato presidencial chegava ao fim. Esse período foi marcado por uma crescente tensão e nervosismo, resultando em uma rotina de violência.Detalhes chocantes de violência física foram revelados pela ex-primeira-damaUm dos episódios mais graves ocorreu durante uma discussão na residência oficial, quando Fernández a agrediu com um soco no olho direito enquanto ela estava na cama. “Gritei: ‘o que você me fez?!’, mas ele não disse nada”, relembra Fabiola. O incidente foi encoberto pelo médico presidencial, Dr. Federico Saavedra, que teria tentado esconder as marcas da violência, sugerindo que ela não saísse de casa para que ninguém visse as lesões.Obrigada a abortarAlém das agressões físicas, Fabiola também acusa Fernández de praticar “violência reprodutiva”, um termo que descreve o abuso relacionado à capacidade reprodutiva de uma mulher. Em seu relato, Yañez afirma que foi pressionada por Fernández a realizar um aborto, alegando que ele não estava pronto para ser pai. “Ele dizia que não estava pronto para ser pai”, afirma Fabiola. O assédio psicológico e o desprezo teriam sido tão intensos que a levaram a ceder à pressão, resultando em traumas profundos e danos emocionais duradouros.Fernandex usou o poder de presidente para ameaçarO uso do poder presidencial para intimidar e controlar foi outra grave acusação feita por Fabiola. Ela menciona que foi responsabilizada pela derrota nas eleições legislativas de 2021, sofrendo “terrorismo psicológico” por parte do ex-marido e de funcionários do governo. Segundo Fabiola, o abuso de poder e a manipulação institucional fizeram parte da estratégia de Fernández para mantê-la submissa e em silêncio, utilizando o peso do cargo de presidente para minar sua autoestima e independência.

Instituições foram cúmpliciesO silêncio e a cumplicidade das instituições também prolongaram o sofrimento de Fabiola. Ela revela que, mesmo após denunciar as agressões a autoridades como a ministra das Mulheres, suas queixas foram ignoradas. Fabiola compartilhou fotos das agressões, incluindo vídeos comprometedores de Fernández com outras mulheres, que foram desprezados por essas autoridades. Esse comportamento negligente, segundo ela, reforçou a sensação de impunidade e a perpetuação da violência.Refúgio na EspanhaDesde o término do mandato de Fernández, Fabiola se refugiou na Espanha, onde afirma continuar sob assédio e ameaças. Mesmo com uma ordem judicial para cessar o contato, Fernández teria insistido para que a ex-esposa retirasse as denúncias e assinasse uma declaração conjunta. Esse assédio contínuo, segundo Yañez, é uma tentativa desesperada de manter a narrativa de controle e de silenciar as acusações que mancham a imagem do ex-presidente.Audiência para revelar tudoÀs 15 horas de Madri, Fabiola Yañez participará de uma audiência virtual no consulado argentino para formalizar suas denúncias contra Alberto Fernández. Durante a audiência, ela fornecerá informações detalhadas ao Ministério Público, incluindo nomes, datas e locais, na esperança de que a Justiça argentina classifique as lesões sofridas como graves e reconheça o abuso de poder e violência de gênero exercidos por Fernández durante o relacionamento.

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