Episódios recentes, que demonstraram a força e o grau de enfrentamento das facções criminosas que dominam o tráfico de drogas em comunidades da cidade, demonstram o tamanho do desafio que vai ser encarado pelo novo comando do 32º Batalhão da Polícia Militar em Macaé. E o caminho ainda será árduo devido a crise encarada pela gestão estadual.
Com um efetivo desmotivado por conta dos atrasos nos pagamentos e na falta de estrutura para o combate ao crime, o batalhão é reconhecido pela pronta resposta em situações que colocam em risco a integridade da população e a segurança geral de uma cidade que ainda atinge altos índices de violência, diante de estatísticas de mortes e de apreensões de drogas.
No Lagomar, ainda há um barril de pólvora prestes a explodir, em virtude da disputa pelo domínio de um negócio lucrativo, que desperta o interesse das duas maiores facções do crime organizado do Estado do Rio de Janeiro, que ainda colocam à prova a eficiência do projeto da Polícia Pacificadora em favelas da Capital Fluminense.
Sem o devido apoio também da gestão municipal, que ignora a importância do Programa Estadual de Integração pela Segurança (Proeis), a Polícia Militar ainda precisa atuar sozinha, diante de problemas gerados pela falta da iniciativa de governos que tentam camuflar as mazelas da sociedade, na esperança de dar respostas efetivas às urnas.
Em um período onde o processo eleitoral já define discursos que serão apresentados por candidatos ao governo do Estado e as 70 vagas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a segurança pública e o apoio à Polícia Militar surgem como as principais defesas daqueles que almejam ganhar prestígio com o povo, cada vez mais descrente de uma política retrógrada, arcaica, viciada e ineficiente.
Mesmo com todos os desafios, o novo comando do 32º BPM tem nas mãos um fato novo capaz de gerar soluções em meio ao clima do caos. Com força de vontade e a disposição de quem encara novos desafios, é possível trazer luz a um tempo de trevas na segurança pública, não só de Macaé, mas de todo o Estado do Rio de Janeiro.