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Cresce número de adolescentes envolvidos com o tráfico de drogas

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Aumento de menores adolescentes apreendidos em Macaé preocupa autoridades de Segurança Pública - Arquivo 

Traficantes se aproveitam das brechas da lei para ‘recrutar’ os jovens que se tornam os ‘soldados’ do crime

O número de menores envolvidos com o tráfico de drogas tem preocupado as autoridades e especialistas na Capital Nacional do Petróleo. De um ano para cá, o Instituto Segurança Pública apreendeu 76 adolescentes em Macaé. Para a polícia, a oferta de dinheiro rápido é o que seduz os jovens para entrarem no mundo do crime.

Com os 76 apreendidos pela polícia foram encontrados 25 armas de fogo e 140 quilos de drogas, entre maconha e cocaína. A maioria entra no tráfico como ‘soldado’ e em curto prazo se torna subgerente, o que antes demorava para subir de hierarquia. Esses adolescentes trocaram caderno e a caneta por armas e drogas. São jovens com idades entre 13 a 17 anos que costumam ser apreendidos e encaminhados para a 123ª DP de

Macaé e são utilizados pelas facções criminosas como escudos.
Cajueiros, Nova Holanda, Malvinas, Lagomar e Favela da Linha estão entre as comunidade de Macaé com frequentes operações da Polícia Militar no combate ao tráfico de drogas. Durante as ações, policiais flagram constantemente os adolescentes ocupando ‘cargo’ dentro da boca de fumo.

Para o advogado criminal, François Pimentel, esses jovens são atraídos pelo tráfico por estarem vulneráveis à falta de política pública e oportunidade no mercado de trabalho. “A presença dos jovens no tráfico de drogas é cada vez maior nas comunidades macaense, onde muitos abreviam a juventude e a própria vida para atuar no crime, inclusive, com armamento pesado”, disse François.

Para se ter uma ideia, no último fim de semana, a Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal, apreendeu seis fuzis de uso restrito, mais de seis mil munições, 119 quilos de maconha, oito quilos de cocaína e mais de 51 mil papelotes de drogas . Boa parte dessas drogas estava sob a responsabilidade de um adolescente de 16 anos, que era encarregado de esconder armamentos pesados na Nova Holanda. A polícia calcula um prejuízo de R$ 3 milhões ao tráfico de drogas.

Segundo dados do ISP, nos dois primeiros meses do ano passado, 31 adolescentes foram apreendidos. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram 35, um aumento de 4%. Para o cientista político, Júlio Boldrini, muitos jovens trocam as escolas pelo tráfico por causa dos cargos ocupados. “O poder da arma e do dinheiro infelizmente atrai esses adolescentes como se fosse status. Eles querem poder e reconhecimento, mas a vida acaba se findando muito rápido”, disse Júlio.

Para ele, o abandono e sucateamento da rede pública de educação são alguns dos fatores que contribuem para a inserção de menores na vida do tráfico. “Geralmente, esses adolescentes assumem a função de vender as drogas. Nessa posição, ficam sujeitos às piores consequências. Há disputa por território, por capacidade financeira, isso traz o conflito e acarreta os homicídios. Do lucro fácil, vem uma morte fácil”, completou.

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