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Banco de Dilma Rousseff entra em negócio de 400 bilhões de dólares

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Brasília - Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 (José Cruz/Agência Brasil)

Um anúncio feito no último sábado (20) promete mudar o panorama dos empréstimos internacionais nos próximos anos. Um grupo composto por dez bancos multilaterais revelou sua intenção de ampliar sua capacidade de financiamento em uma quantia significativa, que pode chegar a até US$ 400 bilhões ao longo da próxima década.

Entre os membros desse grupo estão figuras proeminentes como o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), cuja liderança está sob a tutela do brasileiro Ilan Goldfajn, e o Banco dos Brics, conhecido como New Development Bank (NDB), atualmente liderado pela ex-presidente Dilma Rousseff. Além desses, o Banco Mundial e outras instituições de peso também se uniram à iniciativa.

O anúncio ocorreu após um encontro realizado na sede do BID, localizada em Washington (EUA), coincidindo com as reuniões de primavera do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) na capital americana, durante a última semana.

Fortalecimento de bancos multilaterais

O fortalecimento dos bancos multilaterais tem sido uma das propostas-chave da presidência brasileira do G20. Essas instituições são consideradas uma importante via para canalizar recursos de nações mais ricas para países em desenvolvimento, com objetivos voltados para o desenvolvimento socioambiental.

A necessidade de reformar essas organizações foi discutida durante a segunda reunião da trilha de finanças do G20, ocorrida na última quinta-feira (18) em Washington. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a importância de ampliar a capitalização dos bancos multilaterais durante seu discurso de abertura.

Essa iniciativa é vista com bons olhos pelas economias desenvolvidas, especialmente pelos Estados Unidos, que enxergam nesses bancos uma forma de competir com o que eles denominam como “financiamento coercitivo chinês”. A China tem buscado ampliar sua influência na África e na América Latina por meio de seu poder econômico, uma estratégia que tem sido motivo de preocupação para algumas potências.

Outro aspecto relevante desse acordo está alinhado com a agenda brasileira no G20, que trata da resposta às mudanças climáticas. O documento divulgado destaca avanços na harmonização da abordagem dos bancos para medir os impactos dos projetos que financiam em termos de adaptação e mitigação.

Bancos multilaterais com intenção de aumentar o financiamento do setor privado

Os bancos multilaterais também expressaram interesse em aumentar o financiamento de setores privados, além de entidades governamentais. Nesse sentido, há uma prioridade em aumentar os empréstimos em moeda local, visando reduzir a exposição ao dólar, e desenvolver outras soluções de cobertura cambial.

A valorização do dólar tem impactado negativamente países e empresas devedores, aumentando os custos da dívida. Para os países do bloco Brics, por exemplo, a utilização de moedas locais é uma das principais questões em pauta.

“Acabamos de realizar, na sede do BID, um retiro histórico dos líderes dos MDBs. Decidimos, de forma inédita, aprofundar nossa colaboração e vamos trabalhar como um sistema”, declarou Ilan. “Estamos empenhados em servir melhor nossos países e acreditamos que juntos poderemos ter um impacto ainda maior e em escala global.”

O grupo é composto pelo Banco de Desenvolvimento Africano, Banco de Desenvolvimento Asiático, Banco de Investimento em Infraestrutura Asiático, Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, Banco Europeu de Investimento, BID, Banco de Desenvolvimento Islâmico, Novo Banco de Desenvolvimento e Banco Mundial.

Por Coluna Financeira

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