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Baixa cobertura vacinal pode resultar em surtos de doenças

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Mobilização é destinada a crianças de um a cinco anos incompletos

Com a queda nos últimos dois anos e o surgimento de casos, autoridades alertam para a importância de se imunizar

Como a prevenção é sempre a escolha mais sábia a ser tomada, é importante estar em dia com a caderneta de vacinação, seja criança ou adulto. Com o surgimento recente de casos de sarampo em todo o país, situação que tem deixado as autoridades em alerta, o governo federal, junto aos estados e municípios, está reforçando a campanha de imunização em todo o território nacional.

A mobilização é necessária devido a queda nas taxas de cobertura no país. Se há menos de uma década o Brasil era considerado referência, chegando a ganhar certificados internacionais por conta do sucesso das suas campanhas de vacinação, fator que contribuiu com a erradicação de algumas doenças perigosas, hoje vive um retrocesso.

“É uma doença grave. Nós não podemos relaxar e achar que essa doença não pode voltar a acontecer no nosso país. Graças às ações de imunização, nós deixamos de ter casos no território nacional. Por isso a necessidade de termos elevadas coberturas vacinais. Todas as crianças devem ser vacinadas porque dessa forma é que nós estaremos protegendo a nossa população”, destaca a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

Com a redução na procura nos postos de saúde, a baixa chegou a índices preocupantes. Uma prova disso é a volta do surto de sarampo, além do risco da poliomielite se alastrar novamente nos municípios.

Para se ter ideia, o MS ressalta que das 10 vacinas previstas para crianças de até 15 meses de vida, apenas uma alcançou a meta em 2017: a BCG. No caso do sarampo, a imunização caiu de 96,1%, em 2015, para 83,9% no ano passado.

O mapeamento feito pelo órgão revela também que 312 municípios tiveram dificuldades de avançar na proteção contra a poliomielite, pelo contrário, não atingiu nem 50% do seu público-alvo. Em 2015, 98,2% havia sido imunizado. Dois anos depois, essa taxa caiu para 77%.

Um dos fatores que pode contribuir com esse cenário preocupante, além de campanhas mais eficazes, é a dificuldade da população ir até os postos de saúde por conta do horário limitado de funcionamento (geralmente de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h). Como muitos trabalham, isso acaba impossibilitando de levar as crianças.

Casos de sarampo aumentam no país

No caso do sarampo, até o dia 1º, já foram confirmados mais de mil casos da doença no Brasil. O Estado do Amazonas lidera o ranking com 742 casos confirmados e 4.470 em investigação, seguido de Roraima, com 280 confirmados e 106 suspeitos. O Rio de Janeiro tem dois casos confirmados e 18 em investigação.

O surto pode estar relacionado a entrada de venezuelanos contaminados. O MS diz que foi comprovado a presença do genótipo D8, o mesmo que circula no país vizinho. Apesar do risco, especialistas acreditam que se a população estivesse imunizada, os impactos seriam muito menores.

Diante disso, além das crianças, os adultos que não foram vacinados na fase infantil também devem se imunizar. No caso do sarampo estima-se que a cobertura entre os adultos seja de apenas 5%.

Campanha de vacinação antecipada em Macaé

Apesar de começar oficialmente apenas no dia 6, a Campanha de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite foi antecipada em Macaé. A imunização já está sendo oferecida desde quarta-feira (1º) e segue até o dia 31, em três unidades: Centro (Casa da Vacina), Aeroporto (Pronto-socorro) e ESF Trapiche (região serrana). Os postos funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

A prefeitura ressalta que no dia 18 (sábado) será realizado o Dia D. Nessa data serão 32 unidades de saúde funcionando, atendendo das 8h às 17h.

O público-alvo são crianças de um a cinco anos incompletos, no entanto, adultos devem verificar o seu cartão de vacinação. “Embora Macaé não tenha apresentado nenhum caso, tivemos a preocupação de antecipar e, assim, prevenir a população”, disse a gerente de Vigilância em Saúde, Daniela Bastos, enfatizando que, com a estratégia o município terá uma semana a mais de campanha para imunizar cerca de 14 mil crianças.

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