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A vida como ela é…

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   Recordo com carinho minha infância em Macaé, onde todos éramos uma grande família. Naquela época, frequentávamos escolas públicas de qualidade, unindo crianças de diferentes origens sociais. Os dias eram preenchidos com atividades escolares de manhã e diversão à tarde, envolvendo pipas, piões, bolebas e pique de pega ladrão. Nossos embates inocentes como as acirradas disputas entre Lulu e JJ na boleba. Lulu era exímio em tudo, porém, ao enfrentar JJ no pião, ganhava o apelido de " Lulu bueiro".
   Nos finais de semana, a praia era nosso destino e as tardes de domingo eram ocupadas com sessões de cinema no Cine Taboada, seguidas de trocas de gibis com Zuca, o homem de milhões de gibis, e flertes na rua direita.
   A abertura da fonte luminosa e do Cine Clube trouxe mudança à nossa rotina. Nosso orgulho aumentou ao ter o maior e mais confortável cinema do estado. Lembro-me certa vez da avant premiere do filme "Tesouro de Zapata", filmado em Macaé, onde, sem convite fiquei observando as celebridades passarem na entrada. Felizmente, Aerton Perlingeiro me avistou e pediu que eu comprasse um sanduíche para ele, permitindo-me entrar como seu comvidado.
   No entanto, a chegada dos shopping levou ao declínio dos cinemas de rua, incluindo o Cine Clube. Embora tenhamos recuperado o rspaço cultural ele está atualmente negligenciado. A Petrobras e a prefeitura intervieram, mas a falta de ação levanta questões. Talvez, após todos os esforços de reabertura, seja a hora de acionar o ministério público para ajudar na preservação desse espaço cultural histórico, antes que a inteligência artificial derrube a emocional.
   Espero que, esse texto aqui publicado, sirva como uma petição de denúncia ao Ministério Público e que, ele possa nos ajudar já.

Por Guto Sardinha

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